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Mais um caso de violência sexual no Uber |
Mais uma vez aconteceu violência contra a mulher. Dessa vez a vítima foi Clara Averbuck. Porém a questão maior é que o estupro ainda é visto como algo que é "Sexo não consentido, mas não é violência".
Vamos parar com este tipo de pensamento, pois o estupro é uma situação horrível. Onde a vítima sai completamente destruída. Pois tem, muito mais que o corpo invadido, tem sua alma destruída e sua dignidade completamente devastada.
É uma situação que a vítima não sabe como lidar. Pois a vítima se sente completamente violada e não há quem possa ajudá-la a entender o que aconteceu com ela.
O mais constrangedor é que dentro do Código Penal, temos a figura do artigo 213 que trata do estupro. Uma sessão inteira no código penal que reza nossa liberdade sexual...
Mas que liberdade sexual é esta que não existe no Brasil. Onde as mulheres são vistas como objeto e seres humanos de segunda classe, que devem se submeter as regras impostas para ser considerada uma mulher decente e digna.
Um posicionamento, um pensamento grotesco que fere frontalmente o ensinado em nossa Constituição Federal,"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Como podemos falar em igualdade, se tratamos mulheres de maneira completamente diferente, principalmente em situações tão constrangedoras como o estupro.
Como se pode acreditar que pelo fato de uma mulher ir a algum lugar, estar com uma roupa mais sensual, estar embriagada... Ela esta disponivel e pode ser atacada.
E o mais grave, é achar que o sexo sem consentimento é algo que deve ser encarado como algo normal...
Qual o motivo que permite a muitas pessoas pensarem que uma mulher é um objeto... Mulher não deve ser diminuída pelo fato dela ser mulher...
Acho engraçado, que as pessoas acham que é fácil para alguém passar por uma situação desta... E o pior, a questão que sempre vem à tona é a vergonha do que aconteceu, a dor de ter sido violada em sua dignidade como ser humano e, o mais chocante, algumas autoridades ao abordar uma situação grave como esta, não tem empatia e nem senso de humanidade para lidar com o caso. E ainda a pressão que a vítima sente como se a culpa do ocorrido fosse dela.
Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.”
A lei brasileira é bem clara. Estupro é crime... E nossa lei nos preceitua a lutar para preservar a dignidade da pessoa humana e submeter um ser humano a uma situação como esta é uma das maiores incongruências que podemos enfrentar.
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Estupro não viola apenas o corpo, viola a alma. |
O estupro é uma das maiores covardias que um homem comete contra uma mulher. Pois sexo que se força, mediante violência ou sob qualquer forma que diminua o poder de defesa da vítima, demonstra o qual baixo a pessoa chega para conseguir uma vantagem, que em uma situação normal ela não teria.
Precisamos deter a cultura do estupro. A cultura do estupro se revela quando se pensa que por qualquer motivo você pode forçar o sexo e tudo fica bem. Quando se culpabiliza a vítima...
Quem sofre violência é vítima. E em momento nenhum podemos transformar a vítima em culpada. Pois isto é violenta-la duas vezes...
A vítima já tem que lidar com a dor da violência que sofreu. E ainda tem que suportar o julgamento social, que muitas vezes coloca a vítima no calabouço do pensamento "a culpa foi sua".
O processo é doloroso, pois o judiciário é lento e submete a vítima a tanto constrangimento e medo. E o constrangimento de rever seu algoz...
Mas, realmente, é preciso denunciar. Pois quando os agressores receberem a devida punição, talvez consigamos diminuir os casos de estupro.
E a longo prazo, precisamos humanizar a educação que se da para nossas crianças, ensinando que meninos e meninas são iguais e que nenhum tipo de violência deve ser dispensado a ninguém.
E principalmente, ensinar que CRIME É CRIME. E todo crime é passível de punição pelo poder judiciário.
E Clara Averbuck, que esta dor passe. E saiba que estou do seu lado e me solidarizo com você.
Indignada...
Dryca Lys
Fonte: Código Penal Brasileiro
Constituição Federal Brasileira
Fotos: Internet
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