Já faz um tempo que ando pensando sobre algo muito interessante que aconteceu no Brasil. O silenciamento de uma grande parcela da população.
Segundo o IBGE¹, no ano de 2009, 84,7 milhões de brasileiros se declararam pardos naquele ano. Uma parcela significativa da população brasileira.
E eu me lembro que nos tempos do ensino fundamental 1 (que era conhecido como antigo primário) a gente aprendia sobre muitas coisas. Inclusive sobre a intensa miscigenação brasileira.
Ouviamos o termo caboclo², que também tinha diversas ramificações como os mameluco, caiçara, cariboca, curiboca. O termo caboclo servia para se referir os indígenas brasileiros.
Também aprendemos sobre o que era o Cafuzo. Que se referia a miscigenação entre indígenas e pretos africanos, que originou uma diversidade maravilhosa em solo brasileiro.
A população parda nasceu da mistura entre brancos, negros e indígenas. E segundo o IBGE, em 2014, 45% da população brasileira se autodeclara parda. Segundo o site significados: "Uma pessoa parda é considerada mestiça, pois apresenta uma mistura acentuada entre uma ou mais etnias. Como consequência, esses indivíduos costumam ter um tom de pele acastanhado (moreno)."
Segundo a Wikipédia, No Brasil comemora-se o Dia do Mestiço a 27 de junho no Amazonas, Paraíba e Roraima. A etnia mestiça é oficialmente reconhecida por estes estados.
Talvez chegou a hora de um resgate da nossa própria história e da nossas próprias raízes. E reconhecer a diversidade étnica cultural e populacional. Quando fazemos o resgate de nossa própria história, redescobrimos a nossa identidade como povo e como nação.
E a partir deste momento, conseguimos transformar, para muito melhor nossos caminhos. É preciso reconhecer a diversidade cultural que vem da Africa, que vem da Europa, que vem da Asia, que vem da própria America Latina. Pois o Brasil, querendo ou não, concentra a cultura mundial em toda extensão de seu território, porém, muitas vezes, nos recusamos a ver esta verdade que grita todos os dias diante de nós.
Também é preciso reconhecer a diferença, que já é muito falada, entre raça e etnia, segundo o Significados:
"Raça e etnia não são sinônimos. Etnia é um grupo definido pela mesma origem, afinidades linguísticas e culturais, enquanto que raça como distinção entre os homens é um conceito socialmente construído de que existiriam diferenças biológicas entre as etnias.A palavra etnia é derivada do grego ethnos, que significa "povo que tem os mesmos costumes". Raça é um conceito biológico aplicado aos subgrupos de uma espécie. A espécie humana não possui subespécies ou subcategorias, e portanto não é correto dizer que existem diferentes raças humanas."
Reconhecer que existe a diferença e aprender com ela não é ruim. Porém você precisa aprender filtrar o que você deseja aprender.
Acredito que Educação e Cultura no Brasil gritam por um plano sério e decente de implementação. Pois o caos e a ignorância custam muito caro. E criam problemas maiores ainda, dividindo uma nação inteira e colocando as pessoas umas contra as outras, sem qualquer motivo plausível.
Eu torço por um Brasil forte, com um povo que, finalmente, reconheça a sua grandeza e respeite o que o Brasil realmente é: uma grande e rica nação.
Fontes.
¹ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
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