Nunca entendi o motivo que me faz escrever poesia. Mas, algo fala comigo e acaba se formando em mim.
Enquanto eu não escrevo não tenho paz. É como se o Universo falasse comigo. E me utilizasse para dizer algo que deixou de ser dito. É como vozes perdidas que vem até mim, procurando paz.
Nemo e Justine
(Dryca Lys)
Ecoa pelas paredes um canto
de dor e agonia, oh princesa
chora na morte pelo amor perdido
desfalece, oh anjo negro, em teu pranto
alma cativa em tamanha tristeza
oh coração que chora, tão sofrido.
Vento norte move da morte o pêndulo
leva consigo toda esperança de outrora
oh pálida virgem sozinha lamenta
pelo amor que foi arrancado de tua presença
lágrimas salgadas beleza, murcha a rosa.
Doce ninfa, abra as portas da catedral
vazia, ouve se pelo ar a melodia
que sela uma triste promessa
no olho da tempestade, ouve se da agonia
a voz, voam sonhos dentro do vendaval
tu que choras, mantém viva a espera.
Das algemas conseguiste a liberdade
corre desesperada pelos escuros corredores
encurralada por teus malfeitores, vê a luz
só resta uma saída, caminho dos sonhadores
atirou se do alto, para chegar a eternidade
na noite adentrou e escorre teu sangue pela cruz.
Este poema integra a obra Criança da Noite de Dryca Lys.
Com carinho
Dryca
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